A transformação no campo começa quando o conhecimento chega de forma simples, próxima e conectada com a realidade das comunidades. Foi exatamente esse movimento que marcou o ciclo de palestras do BF Agro em Campo Belo do Sul, acompanhado pelo Banco da Família.
Ao longo dos últimos meses, as palestras foram realizadas diretamente nas comunidades do interior, levando informação, diálogo e orientação prática até os agricultores. Essa presença constante no território permitiu não apenas compartilhar conhecimento, mas também ouvir de perto as necessidades, desafios e reclamações dos produtores, criando um diagnóstico real da realidade vivida nas comunidades. O encerramento do ciclo aconteceu na Casa do Agricultor, já na área urbana do município, reunindo produtores, parceiros e lideranças locais.
As palestras foram conduzidas por Edna Lima, uma das fundadoras do Banco da Família, que percorre a região atuando como uma verdadeira voz das comunidades rurais. Com foco em desenvolvimento humano, sustentabilidade e educação financeira, Edna leva mais do que conteúdo técnico: leva escuta, confiança e inspiração para quem vive da terra.
Ao lado dela esteve Valesca Del Soto Pereira, diretora executiva da Casa do Agricultor, cuja liderança foi decisiva para que esse trabalho ganhasse força. Valesca mobilizou produtores, acompanhou as visitas nas comunidades e ajudou a transformar informação em ação concreta, conectando agricultores, instituições e oportunidades.
Durante os encontros, foram abordados temas fundamentais como produção orgânica, comercialização consciente de alimentos, cuidado com o solo, destinação correta do lixo e o papel da agricultura familiar no desenvolvimento local. A partir dessas conversas, novas práticas começaram a surgir nas comunidades.
Um dos pontos que mais apareceu durante as visitas foi a destinação inadequada do lixo, especialmente em locais onde a queima de resíduos ainda era uma prática comum, trazendo prejuízos ao meio ambiente e à saúde das famílias. A partir desse diagnóstico feito diretamente nas comunidades, e com a mobilização das lideranças locais, foi encaminhado um ofício para viabilizar que o caminhão de coleta percorresse as comunidades, garantindo a coleta e a destinação correta do lixo.
Essa articulação resolveu um problema ambiental importante. Grande parte do lixo que antes seria queimada passou a seguir o caminho correto, sendo destinada à usina de reciclagem do município, enquanto os resíduos orgânicos começaram a ser reaproveitados pelos próprios agricultores na produção. O resultado foi uma mudança cultural e sustentável, com impacto direto na qualidade de vida das comunidades.
Outro avanço significativo foi na certificação de produtores orgânicos. Até setembro, apenas três agricultores da região possuíam certificação de produção orgânica. Após o ciclo de palestras, esse número aumentou para oito produtores certificados, além da criação do Grupo Planalto Serrano Sul, formado por agricultores que desejam avançar coletivamente nesse processo.
Ao todo, mais de 100 pessoas foram impactadas, fortalecendo a proximidade com os agricultores e ampliando a comercialização de produtos orgânicos na Casa do Agricultor.
Para 2026, os próximos passos incluem ampliar o escoamento da produção, garantir a permanência dos pequenos produtores no campo, aumentar a certificação orgânica e levar informação a ainda mais comunidades.
O Banco da Família segue parceiro dessa causa, acreditando que apoiar o campo é investir em pessoas, em território e em um futuro mais sustentável.