Dia Estadual do Microcrédito e o desafio da retomada econômica

A história do microcrédito em Santa Catarina começa a ganhar notoriedade a partir de 1999, quando o Estado reafirma sua tradição e força no setor através do reconhecimento nacional. O sucesso foi tamanho que, em 27 de outubro de 2009, surgiu a Lei nº 19.931, criando o Dia Estadual do Microcrédito, a ser celebrado sempre em 18 de novembro. E agora em 2022, além das conquistas temos ainda muito trabalho a fazer.

Afinal, mesmo que os últimos anos tenham sido desafiadores para se desenhar um prognóstico sobre a economia a mundial, o microcrédito vem mantendo sua trajetória de sucesso e apoiando quem deseja ter uma qualidade de vida melhor. A crise sanitária sem precedentes que marcou 2020 e 2021 com incertezas e instabilidade teve sua etapa mais crítica superada. Na chegada de 2022 havia uma expectativa de estabilidade, mas a inflação voltou a crescer em diversos países, trazendo junto o risco de desaquecimento econômico. Em todo esse período, no entanto, um elemento permaneceu praticamente imutável no Brasil: o microcrédito ganhou espaço como ferramenta essencial para a promoção do empreendedorismo e a abertura ou manutenção de postos de trabalho.

Com o maior número de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) dedicadas ao microcrédito no País, Santa Catarina vai concluindo o ano com larga participação nos resultados do segmento. E os números são positivos, como mostram dados das 33 instituições filiadas à Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (ABCRED). No primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a carteira ativa aumentou 13,8%, passando de R$ 570,5 milhões para R$ 649,5 milhões. O total emprestado subiu 4,1%, crescendo de R$ 414 milhões para R$ 431,6 milhões.

O microcrédito ganhou espaço e a tendência é de novas altas daqui para frente. Mas a frieza dos números é insuficiente para mostrar a importância desse fenômeno. Fundamental é ter em mente que por trás das cifras há histórias verdadeiras e efetivas de empreendedorismo, geração de renda, desenvolvimento econômico e social e até superação da pobreza. O microcrédito nasceu com esse propósito e desde sempre teve como característica principal o papel de apoio na melhoria de vida das pessoas que mais precisam de auxílio para ter condições dignas de vida, saúde, moradia e trabalho.

Criado há 24 anos, o Banco da Família é um dos pioneiros no País a trabalhar no segmento e nessas duas décadas e meia já assistiu inúmeras crises, escaladas inflacionárias e variações nos indicadores renda, crescimento ou retração do PIB. Em todo esse tempo, a instituição apostou na parceria com seus clientes e na confiança de que as pessoas precisam de oportunidades e apoio para progredir. A receita deu certo.

Ainda temos muito a fazer e muitas pessoas a apoiar. Apesar das incertezas, é possível afirmar sem medo de errar que as microfinanças são primordiais para a base da pirâmide, sustentando a cadeia produtiva. Algo que possibilita que os empreendedores dos micros e pequenos negócios sejam protagonistas na economia brasileira.

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Experiência do Banco da Família será apresentada em painel mundial sobre diversidade de gênero e liderança feminina.

Basta olhar ao redor para perceber que há no mercado de trabalho desigualdades gritantes entre homens e mulheres, o que pode incluir diferentes salários para cargos os mesmos cargos, obstáculos extras para o crescimento profissional e maior dificuldade para obtenção de financiamentos ou investimentos. Há, por outro lado, quem busque mudar esse quadro. Implementada ao longo de mais de duas décadas, a experiência do Banco da Família vai ser apresentada e reconhecida em um evento global promovido pela European Microfinance Plataform, entidade europeia que atua em projetos de incentivo à inclusão financeira para países em desenvolvimento.
Responsável pela apresentação, a presidente do Banco da Família, Isabel Baggio, reuniu diversos números que mostram, na prática, o reflexo da decisão estratégica de apostar nas mulheres. Hoje a instituição, que atua em 220 municípios dos três estados do Sul do País e já liberou mais de R$ 1,2 bilhão em 400 mil operações de crédito, tem mulheres ocupando 71% dos postos de liderança. Elas ocupam metade dos postos de gerência e 90% dos cargos de supervisão de agências.
Esse quadro foi construído ao longo de mais de duas décadas, desde a fundação do Banco da Família, em Lages, em 1998. “Creio que inspirar outras mulheres é um dos maiores benefícios que colhemos ao enfrentar preconceitos da época e não nos acomodarmos ou nos intimidarmos diante de adversidades”, diz Isabel Baggio. “Mas o maior legado de todos é a oportunidade de levar acesso ao crédito às nossas clientes. São milhares de mulheres que puderam iniciar seu próprio negócio, pagar o estudo dos seus filhos, investir na saúde da família, realizar o sonho da casa própria, conquistar sua independência financeira entre tantos outros sonhos”.
Atualmente a instituição tem pouco mais de 26,7 mil clientes ativos – destes, cerca de 55% são mulheres. Também há predominância feminina entre os participantes do programa Produtores da Serra, iniciativa da Instituição que apoia o trabalho em pequenas propriedades rurais através de consultorias e abertura de canais para e comercialização de itens da agricultura familiar, que assim podem ser vendidos com maior valor agregado. Dos 19 participantes, que já comercializaram mais de 62 mil produtos, dez são mulheres.
A experiência do Banco da Família será apresentada na quinta-feira, dia 17, em painel transmitido via internet. Além de Isabel, quem também vai contar sua história de sucesso no debate Diversidade de Gênero e Liderança na Inclusão Financeira é a diretora executiva do Kenya Women Microfinance Bank (KWFT), Mwangi Githaiga. Criado em 1981 para prestar serviços financeiros para famílias de baixa renda do Quênia, o KWFT tem foco nas mulheres e tornou-se uma das Instituições de Microfinanças de maior sucesso no país, além de ser a 1ª Instituição de Microfinanças na África a assinar a Iniciativa dos Princípios de Empoderamento das Mulheres.
O seminário internacional é organizado pela e-MFP, entidade que reúne mais de 130 consultores, investidores, agências multilaterais e multinacionais, ONGs e pesquisadores de todo o mundo e busca promover o acesso global para serviços financeiros com preços acessíveis, qualidade, sustentabilidade e serviços financeiros inclusivos para desbancarizados.

Programa Despertar

Como forma de fortalecer o cumprimento de sua missão social, o Banco da Família trouxe para o Brasil uma ferramenta criada pela Fundação Paraguaia que se chama SEMÁFORO DE ELIMINAÇÃO DA  POBREZA www.povertystoplight.org/es/.

Antes do Brasil, esta ferramenta já estava ativa em mais de 200 iniciativas públicas e privadas, distribuídas em 20 países. Conceitualmente o programa trata de seis pilares da vida familiar os quais podem possuir níveis de “pobreza” que vão muito além das questões essencialmente financeiras. A metodologia é aplicada através do aplicativo instalado em um Tablet, contando com o apoio de um “mentor”. Este mentor, em visita à família selecionada, aplica um questionário acessível que aponta as cores VERDE, AMARELO e VERMELHO as quais figuram a situação familiar sobre aspectos ligados a:

  1. Renda e Emprego
  2. Saúde e Meio Ambiente
  3. Habitação e Infraestrutura
  4. Educação e Cultura
  5. Organização e Participação
  6. Saúde Mental e Motivação

É um momento único de reflexão, auto avaliação e conscientização. Também é um momento mágico, porque através desta mentoria, a família percebe suas forças e é instigada a impulsioná-la para algum tipo de melhoria. Um momento de DESPERTAR, que serviu de inspiração para o nome do projeto. O acompanhamento da mentoria segue por seis meses, com o objetivo de apoiar esta família a alcançar a melhoria em indicadores VERMELHOS e AMARELOS, evoluindo para resultados VERDES. Após este período, um novo questionário é aplicado, para que se possa medir a evolução familiar e o impacto social do projeto.

Sobre o Banco da Família

Com 24 anos de atuação, o Banco da Família tem cerca de 26.600 mil clientes ativos em 222 municípios dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), já concedeu mais de R$ 1,2 bilhão em crédito em mais de 400 mil operações. Segundo a Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), o Banco da Família é a maior instituição de microfinanças do Sul do país, tendo impactado aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. E também classificado como a primeira melhor instituição do Brasil e a terceira do mundo, segundo a Microrate.

 

 

Banco da Família mobilizou colaboradores para falar sobre o impacto do saneamento básico na saúde

Parceira da Water.org, instituição quer ampliar liberação de crédito para o setor, especialmente nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul

O Banco da Família, em parceria com a Water.org, uma ONG que investe em projetos de saneamento em regiões menos favorecidas em várias partes do mundo, reuniu 163 colaboradores dos três estados do Sul para uma imersão no tema saneamento básico. Chamado de “Saneamento Summit”, o encontro teve uma série de palestras sobre o assunto e foi voltado para o treinamento das equipes que estão na linha de frente da instituição – os atendentes e agentes de crédito, responsáveis pela liberação de crédito para obras de saneamento. O evento ocorreu neste sábado (6) na sede da Associação Empresarial de Lages.

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, quase 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à coleta de esgoto. Estima-se também que 35 milhões não tenham água tratada sequer para lavar as mãos – população equivalente à de todo o Canadá. “Queremos sensibilizar mais pessoas sobre a importância do saneamento para a saúde. Quando as pessoas conhecem o impacto da falta de tratamento de esgoto, por exemplo, elas entendem a importância desse investimento. Por isso criamos essa ação de aprimorar a capacitação de nossos colaboradores para que possam sensibilizar as famílias em situação de vulnerabilidade social que são nosso público-alvo”, disse Isabel Baggio, presidente do Banco da Família.

Nos últimos cinco anos, o Banco da Família já liberou R$ 31 milhões para investimentos em saneamento nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, impactando cerca de 34 mil pessoas. Segundo a presidente, a meta de crescimento do BF Saneamento em 2022 é de 12,76%. Só em Santa Catarina, foram liberados R$ 19,7 milhões. “Este é um produto que tem ainda muito potencial de crescimento no portfólio do Banco da Família. Queremos ajudar a melhorar os indicadores do Sul, ampliando o crédito para quem não tem condições de acessar o sistema de crédito tradicional”, comentou Isabel.

Click aqui para saber mais sobre o BF Saneamento.

Saneamento é saúde

Investimentos na área podem diminuir bilhões de reais em gastos públicos com saúde e garantir melhoria da qualidade de vida da população.

Isabel Baggio, Presidente do BF

Em maio deste ano, 59 municípios de Santa Catarina enfrentaram uma epidemia de dengue – e, até julho, 124.615 casos da doença haviam sido notificados no estado. Problemas como a dengue são um exemplo do que a falta de saneamento básico pode causar a uma comunidade, e do quanto isso pode custar caro para os cofres públicos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada dólar investido em água e saneamento, são economizados outros 4,3 na saúde.

De acordo com estudos realizados pelo Instituto Trata Brasil, no estado de Santa Catarina a economia na área da saúde pode chegar a mais de R$ 8 bilhões caso haja investimento para a universalização do saneamento básico entre os anos de 2021 a 2040. A estimativa considera que neste período o estado gastaria menos com tratamento de doenças provenientes da falta de acesso aos serviços de água potável e o atendimento regular de esgotamento sanitário.

Os impactos positivos de tais investimentos não se dariam somente na saúde. Educação, mercado de trabalho, setor imobiliário, agronegócio e turismo, por exemplo, também são diretamente impactados. No turismo, a projeção do Instituto Trata Brasil é de que o aumento do faturamento do setor seja de aproximadamente R$ 5 bilhões, já que fatores como a balneabilidade das praias, rios limpos e água tratada em todas as regiões atraem os turistas e movimentam a economia local.

Investir em saneamento básico é aumentar a qualidade de vida da população, inibindo a propagação de uma série de doenças, melhorando a educação, reduzindo os índices de mortalidade infantil e gastos com saúde pública. Não por acaso, a universalização é a mola-mestra do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado em julho de 2020. Água potável e esgoto tratado para todos são essenciais – mas metas difíceis de atingir. Daí a importância de democratizar o acesso ao crédito para milhares de famílias que ainda estão excluídas dos programas oficiais de saneamento, deixando para trás números como 100 milhões de casas sem coleta de esgoto e 35 milhões de pessoas que não têm acesso a água potável.

Case de Sucesso da cliente Roseli

Nos últimos cinco anos, o Banco da Família já liberou R$ 31 milhões para investimentos em saneamento nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, impactando cerca de 34 mil pessoas. A meta de crescimento do BF Saneamento em 2022 é de 12,76%. Só em Santa Catarina, foram liberados R$ 19,7 milhões. Este é um produto que tem ainda muito potencial de crescimento no portfólio do Banco da Família. Queremos ajudar a melhorar os indicadores do Sul, ampliando o crédito para quem não tem condições de acessar o sistema de crédito tradicional.

Por Isabel Baggio

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Empresas familiares da região de Lages participam do maior evento de geração de negócios em Santa Catarina

Integrantes do Programa “Produtores da Serra”, promovido pelo Banco da Família, divulgaram seus produtos para todo o Estado

Onze empresas familiares de Lages, Urubici, São José do Cerrito e Correia Pinto participaram da 33ª edição da Exposuper, que é o maior evento de geração de negócios no varejo de Santa Catarina. Todos são integrantes do “Produtores da Serra”, iniciativa promovida pelo Banco da Família. Este ano, a feira foi realizada em Joinville, entre os dias 21 e 23 deste mês.

De acordo com Geórgia W. Michielin Schmidt, diretora administrativa do Banco da Família, foi uma oportunidade para divulgar a qualidade do produto serrano. O objetivo era oportunizar negócios que alavanquem a produção da região, potencializando o desenvolvimento econômico das famílias envolvidas, além de trazer maior visibilidade e reconhecimento ao programa. “Muitos contatos foram estabelecidos para negociação futura e vendas diretas de produtos para outras regiões do Estado”, explicou.  Participaram as empresas Mel São Braz, Doces Serranos, Queijaria Coxilha Rica, Bolachas da Nana e Trufas e Trufas (todas de Lages), Sucos Celestino (Urubici), Keylex, Lingmone, Produtos Coloniais Vó Zeli e Produtos Pátria Livre (Correia Pinto) e Geleias Caru (São José do Cerrito).

A presença na Exposuper foi resultado de um convite feito pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) para o Banco da Família fazer parte do espaço da instituição estatal no evento. “Compartilhamos da mesma percepção, que a soma de forças em prol de um mesmo objetivo tem potencial para agilizar e ampliar resultados”, contou Geórgia. Deste modo, o objetivo do programa “Produtores da Serra” de contribuir para o desenvolvimento da economia local, de forma profissionalizada e sustentável, foi cumprido. “Nós fizemos o convite aos participantes e demos o apoio aos produtores que abraçaram a oportunidade de participar pessoalmente deste grande evento de negócios”, informou a diretora.

A parceria entre EPAGRI e Banco da Família já havia acontecido em novembro de 2021, durante o Projeto Raízes, na primeira edição do Congresso Brasileiro da Gastronomia da Serra Catarinense em Lages. De acordo com Geórgia, como os interesses das duas instituições são convergentes, novas ações conjuntas podem vir a acontecer.

 

Visita da Oiko Credit em nossa Sede Administrativa

Ontem recebemos a visita da Oiko Credit!

Estiveram em nossa Sede Administrativa os representantes da Instituição Mirjam ‘t Lam, Diretora Geral, Eduard Walkers, Diretor Regional LatAm, Carlos Rius, Gestor de Investimentos México, Gwen van Berne, Diretora de Finanças e Riscos e Nicolas Viedma, Gestor de Investimentos Brasil.

A Presidente do BF e também presidente da @abcred.brasil, Isabel Baggio, a Diretora Administrativa, Geórgia W. M. Schmidt, a Diretora de Mercado, Elaine Amaral e o Gerente da Regional Lages, Rodrigo Rosa, apresentaram nossos números, ações e como a instituição tem contribuído com a região Sul do Brasil ao longo deste 23 anos de história.

A visita tem por objetivo a coleta de informações para um estudo de caso, baseado no impacto gerado na qualidade de vida das pessoas através do crédito destinado para saneamento básico, construção e reforma de moradias.

Além dos dados e informações eles também visitaram nossos clientes dos produtos BF Casa, Reforma e Saneamento, o qual temos o apoio @water.org. 💧

A Oiko Credit é uma investidora social e cooperativa mundial, e desde 2005 é um dos nossos parceiros.

Microfinanças facilitam acesso ao uso de energia solar

Empreendedores e famílias cortam gastos e passam a ter mais conforto e segurança

A necessidade de fortalecer a matriz energética do Brasil vem provocando um momento de expansão no uso da energia solar no País. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) mostram que os 1.000 MW disponíveis em 2017 chegam hoje a 14 mil MW, representando R$ 21,7 bilhões em arrecadação de tributos, mais de 20,8 milhões de toneladas de CO₂ evitadas e 450 mil novos empregos no período. Com a redução no custo dos equipamentos, o acesso não é mais restrito às grandes empresas. Famílias e empreendedores passaram a usar as microfinanças como alternativa para também acessar essa fonte de energia renovável.

Fabrício Zanella é um exemplo. Ele gastava cerca de R$ 3 mil mensais com a energia elétrica necessária para a vinícola que mantém na cidade de Videira, no Vale do Rio do Peixe. Decidido a mudar isso, há oito meses procurou orientação e recursos no Banco da Família, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) catarinense que tem uma linha de financiamento específica ao setor, a solução. “Viabilizamos o apoio para o projeto, que foi 100% financiado por eles. A parcela hoje é em torno de R$2.500. Ou seja, na prática, o que eu gastava com energia, hoje pago o financiamento e ainda sobra”, comemora. Além da redução de gastos da empresa, ele projeta ampliar o número de postos de trabalho em 2023.

Com o sistema gerando mais do que a vinícola consome, Zanella planeja utilizar o excedente em uma futura ampliação da empresa, que atualmente produz 300 mil litros de vinho por safra. Ele e os quatro funcionários vendem o produto para os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo. A expansão programada para 2023, calcula, deve gerar pelo menos mais dois postos de trabalho. “Para nós foi muito importante esse recurso. Estamos super contentes. Em quatro anos eu acredito estar com tudo pago. Depois vai ser só lucro, pois o que o sistema gerar, a gente deixa de pagar na conta de energia”, explica.

Presidente do Banco da Família, Isabel Baggio avalia que o acesso à energia elétrica é essencial para o bem-estar e a segurança, mas é algo que ainda pesa muito no bolso dos brasileiros. “Cada vez mais, empreendedores e famílias têm buscado na energia solar a solução para diminuir esse custo mensal. Foi pensando nisso que vimos a necessidade de ter uma linha de crédito voltada para resolver o impasse. Ao mesmo tempo, ganhamos mais uma excelente oportunidade para cumprir nossa função social de contribuir para o desenvolvimento da sociedade, com geração de empregos e renda e ainda melhorar a vida das pessoas”, comenta. Desde 2020, a instituição já concedeu R$ 3,5 milhões em financiamentos para energia Solar nos três estados do Sul. No primeiro trimestre de 2022 o valor chegou à R$ 432,5 mil.

Tecnologia mais barata

Para o coordenador do Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professor Ricardo Rüther, a história de Zanella é uma prova da importância em aumentar o uso da energia solar no Brasil. “É hoje a tecnologia mais barata para geração de energia e a disponibilidade é abundante em todo o território nacional”, avalia.

Autor do livro “Agregação da Energia Solar ao banho na moradia popular do Brasil”, ele assegura que a energia solar é a fonte energética mais democrática que existe, pois está disponível a todos, e é a que mais cresce nos últimos anos. Rüther destaca ainda que o custo é elevado como qualquer fonte de geração de energia e é preciso ter um capital inicial. “Mas ele se paga ao longo do tempo, resultando em um valor final da energia que é menor do que o custo de obter eletricidade com qualquer outra fonte ou tecnologia de geração. Hoje você pode contratar uma empresa para colocar um telhado solar fotovoltaico na sua casa e pagar com a economia na conta de luz, sem desembolsar nada”, conclui o professor.

Crédito para mulheres pode multiplicar oportunidades

Pesquisas mostram que muitas mulheres enfrentam obstáculos variados no mercado de trabalho ou na hora de empreender. Além de a maioria delas ter a necessidade de conciliar cuidados com a família e a casa com a rotina profissional, há entraves como a diferença salarial em relação aos homens e até a maior dificuldade na obtenção de crédito. O Governo Federal lançou há poucas semanas o programa “Brasil para Elas”, que pretende facilitar a concessão de financiamentos para a atividade produtiva liderada por mulheres. A experiência de instituições como o catarinense Banco da Família mostra que o impacto da medida pode ser bastante positivo.

Luana de Oliveira, de Anita Garibaldi, em 2018 buscou no microcrédito a solução para montar o próprio negócio e garantir uma vida melhor para sua família. “Eu trabalhava em uma fábrica, mas desejava ter algo meu. Para isso, fazia um curso de cabeleireira. Mas chegou um momento em que eu não tinha condições de pagar pelos materiais para as aulas, como secador, chapinha e outros acessórios”, comentou.

Com dificuldades para comprovar a renda e assim obter um empréstimo nos bancos comerciais, Luana buscou apoio no Banco da Família, organização da sociedade civil de interesse público com sede em Lages. A liberação de R$ 2,5 mil possibilitou a compra dos equipamentos e a conclusão do curso. “Isso foi há quatro anos. Saí da fábrica, montei meu salão e comecei a trabalhar”, lembra a cabeleireira. Hoje o marido dela, Altair Soares Júnior, também atua no negócio. Ele atende a clientela masculina, trabalhando como barbeiro.

Luana utilizou o microcrédito disponibilizado pelo Banco da Família outras vezes. Comprou um carro e conseguiu capital de giro para driblar as dificuldades da pandemia. “Fiz um empréstimo para manter o aluguel do salão e pagar água e energia elétrica durante aquele período em que tudo ficou fechado”, lembra.

Segundo Isabel Baggio, a história de Luana de Anita Garibaldi se repete em várias outras cidades do Sul do Brasil, onde a instituição atua. “Apoiamos pessoas empreendedoras formais ou informais, com taxas acessíveis em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. É importante destacar que 52,25% da clientela é formada por mulheres e muitas delas são as responsáveis por suas famílias”. Eleita em 2021 como a terceira melhor do mundo no ramo das microfinanças, a instituição oferece ainda várias outras linhas de financiamento como, por exemplo, saúde, saneamento e energia solar.

Banco da Família inaugura nova sede em Guarapuava no dia 10 de maio

Atendimento passa a ser no Shopping Maria Antônia, no centro da cidade

Unidade de Guarapuava (PR)

O Banco da Família inaugura no dia 10 de maio, com um coquetel aberto ao público, a partir das 9 horas, sua nova unidade no Centro de Guarapuava. A instituição, que é considerada a terceira melhor operadora de microfinanças do mundo, passa a atender a população local e de mais 11 municípios da região no Shopping Maria Antônia, na rua XV de Novembro, 7566, segundo piso, sala 33.

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) com sede em Lages (SC), o Banco da Família iniciou suas atividades na cidade em outubro de 2020, na sede da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIAG). Desde então, já liberou R$ 891,2 mil em linhas de financiamento para microempreendedores, construção e reforma de moradias, saúde, educação, saneamento e energia solar, entre outras.

A troca de endereço não vai causar transtorno para os clientes, pois a nova sede fica na mesma rua do local original. “Mudamos para um espaço maior para atender ainda melhor a população de Guarapuava”, explica o gerente regional de União da Vitória Fernando Caxambu. O foco de atuação continua sendo voltado para famílias e micros e pequenos empreendedores. “Desde 1998 temos como missão incentivar o empreendedorismo, os pequenos negócios, para movimentar a economia local e ajudar quem mais precisa de apoio financeiro no Sul do Brasil”, conta Isabel.

Na região de Guarapuava o Banco da Família atende também as cidades de Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Foz do Jordão, Goioxim, Guamiranga, Inácio Martins, Pinhão, Prudentópolis, Reserva do Iguaçú e Turvo. No Paraná, a instituição tem uma agência em União da Vitória e agentes de crédito que trabalham de modo remoto em Bituruna, Francisco Beltrão, General Carneiro, Irati, Palmas, Pato Branco e São Mateus do Sul. Para todo o Estado, desde junho de 2018, já foram concedidos R$ 19,5 milhões em crédito para 3.317 operações, impactando positivamente 13.268 pessoas.

Entre os vários setores da economia que o Banco da Família impulsiona está o do setor habitacional. Já são R$ 5,6 milhões direcionados para construção, compra e reforma de casas no Paraná, sendo R$ 121,5 mil só na área de Guarapuava. “Nosso público é formado por quem muitas vezes não é atendido pelos bancos comerciais. Grande parte destas pessoas é quem mais necessita ter uma casa própria ou melhorar as condições de sua residência”, destaca a presidente da organização.

E o déficit habitacional, problema comum em todo o País, atinge também o Estado. Segundo a Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR), atualmente há déficit de 511 mil moradias nas regiões urbanas (incluindo imóveis que necessitam de urbanização e regularização fundiária) e na área rural. Os investimentos no setor também movimentam o polo madeireiro local, garantindo tanto o aquecimento do comércio de madeira quanto o de mão de obra.

Mais informações sobre o Banco da Família em Guarapuava podem ser obtidas no telefone (42) 9-9154-5263.