Investimentos na área podem diminuir bilhões de reais em gastos públicos com saúde e garantir melhoria da qualidade de vida da população.
Em maio deste ano, 59 municípios de Santa Catarina enfrentaram uma epidemia de dengue – e, até julho, 124.615 casos da doença haviam sido notificados no estado. Problemas como a dengue são um exemplo do que a falta de saneamento básico pode causar a uma comunidade, e do quanto isso pode custar caro para os cofres públicos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada dólar investido em água e saneamento, são economizados outros 4,3 na saúde.
De acordo com estudos realizados pelo Instituto Trata Brasil, no estado de Santa Catarina a economia na área da saúde pode chegar a mais de R$ 8 bilhões caso haja investimento para a universalização do saneamento básico entre os anos de 2021 a 2040. A estimativa considera que neste período o estado gastaria menos com tratamento de doenças provenientes da falta de acesso aos serviços de água potável e o atendimento regular de esgotamento sanitário.
Os impactos positivos de tais investimentos não se dariam somente na saúde. Educação, mercado de trabalho, setor imobiliário, agronegócio e turismo, por exemplo, também são diretamente impactados. No turismo, a projeção do Instituto Trata Brasil é de que o aumento do faturamento do setor seja de aproximadamente R$ 5 bilhões, já que fatores como a balneabilidade das praias, rios limpos e água tratada em todas as regiões atraem os turistas e movimentam a economia local.
Investir em saneamento básico é aumentar a qualidade de vida da população, inibindo a propagação de uma série de doenças, melhorando a educação, reduzindo os índices de mortalidade infantil e gastos com saúde pública. Não por acaso, a universalização é a mola-mestra do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado em julho de 2020. Água potável e esgoto tratado para todos são essenciais – mas metas difíceis de atingir. Daí a importância de democratizar o acesso ao crédito para milhares de famílias que ainda estão excluídas dos programas oficiais de saneamento, deixando para trás números como 100 milhões de casas sem coleta de esgoto e 35 milhões de pessoas que não têm acesso a água potável.
Nos últimos cinco anos, o Banco da Família já liberou R$ 31 milhões para investimentos em saneamento nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, impactando cerca de 34 mil pessoas. A meta de crescimento do BF Saneamento em 2022 é de 12,76%. Só em Santa Catarina, foram liberados R$ 19,7 milhões. Este é um produto que tem ainda muito potencial de crescimento no portfólio do Banco da Família. Queremos ajudar a melhorar os indicadores do Sul, ampliando o crédito para quem não tem condições de acessar o sistema de crédito tradicional.
Por Isabel Baggio